O melhor amigo do homem

Acredito que a maioria das pessoas gosta de cachorro. Seja ele grande, pequeno, dócil, atlético, ou de qualquer outro tipo, sempre tem um cachorro com o qual alguém se identifica. Agora, por que será que nos divertimos tanto quando fazemos nosso “melhor amigo” sofrer?

Fique bem claro que, por sofrer, não quero dizer deixar o bichinho sem comida, água, carinho, etc, e sim achar graça, principalmente de algum medo do animal. Se você não tem um cachorro, provavelmente deve achar um saco as pessoas que ficam horas contando histórias de seu cão, que sempre é o mais inteligente, o mais legal, ‘o’ que faz as coisas mais diferentes. Por outro lado, quem tem, ou convive com um cachorro, sabe do que eu estou falando: é impossível não falar deles.

Pois bem, ainda estes dias, numa destas conversas, percebi o quanto podemos ser cruéis com os bichos que tanto amamos, e pior, contamos isto a todos, rindo e fazendo os outros rirem. Por exemplo, digamos que seu cão tenha uma casinha. Você bate em cima dela, com ele dentro. Ele, com medo, sai correndo da casinha. Você?Diverte-se. Então seu cachorro vê um ponto vermelho no chão, que o deixa alucinado. O que você faz? Compra uma caneta com raio infravermelho e deixa o bicho insano, claro, se divertindo muito.

São diversos casos, que podem ser feitos com qualquer artefato. Cachorros têm medo de vários objetos, como vassoura, rodo, e também de barulhos altos, só para citar alguns. No entanto, nada como a tecnologia para deixar seu filhote ensandecido. Celular, mp4, notebooks. Não importa o que seja. Os bichos têm medo. Minha cachorra não pode nem ver meu mp4 que corre para debaixo do sofá. Conheço uma que odeia certo tom de celular, que seu dono insiste em tocar até deixá-la desesperada.

Mas seria esse tipo de atitude uma maldade? Que me desculpem os que acham, mas, para nós, que também gostamos muito deles, é pura diversão. Se o cachorro é o melhor amigo do homem, uma das razões é porque aguenta este tipo de chateação, que tanto nos faz gargalhar. Nada que um ossinho não apazigúe, não é mesmo? E viva a cachorrada!