segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A informação vale o pagamento?

O jornal Estado de S.Paulo colocou, em sua seção de Economia deste domingo (15), um artigo do ex-editor da revista Time, Walter Isaacson. O texto foi retirado de uma palestra que Isaacson apresentou na Universidade de Riverside Califórnia. Trata de uma polêmica com relação ao jornalismo: O micropagamento para acessos às matérias que circulam na internet. Trocando em miúdos, ele propõe que a salvação do jornalismo é fixar um preço por cada matéria, ou pelo acesso diário a um jornal online.

Segundo o ex-editor, poderiam ser criadas moedas da internet, algo que facilitasse a rápida entrada nos links – ele compara ao bilhete único, do metrô, ou ao Sem Parar, utilizado nas estradas – para que as pessoas não perdessem tempo pensando na forma como iriam pagar pelo acesso. Deste modo, não haveria necessidade de cadastramento toda vez que o leitor efetuasse a ‘compra’. O valor proposto? Ia depender de cada matéria e cada empresa cobraria a quantia que lhe parecesse adequada, US$ 0,10, por exemplo. E quem assinasse o jornal impresso, teria acesso gratuito à versão eletrônica. Até os blogs entrariam nessa (Ops).

Pra quem acha a idéia improvável, pense nos programas para download de música. Se no começo conseguíamos baixar músicas de forma gratuita em todos os programas, e agora locais como o iTunes fazem o usuário pagar cerca de 1 dólar por música, o conceito de Isaacson não parece tão longe de ser executado.Entretanto, isto acarretaria em tempo de adequação, e muita boa vontade dos usuários. A proposta foi feita como provável salvação do jornalismo rentável, já que, devido à crise (tão falada crise!!) os anúncios publicitários nos sites já não valem tanto a pena, e o jornal em seu modelo impresso perde, cada vez mais, número de assinaturas.

A idéia parece utópica para o modelo que estamos acostumados, eis que, há muito tempo, temos livre acesso às notícias, e isto tem feito com que cada vez mais as pessoas leiam e fiquem antenadas com o que está rolando no mundo. Por outro lado, cada vez menos se paga pela informação, e direitos de royalties estão distantes da imaginação.

Enfim, a polêmica está lançada. Acho que, se realmente a idéia vingar um dia, o número de assinaturas dos jornais deve crescer gradativamente, mesmo que seja apenas para ler a versão online. Mas será que a grande maioria aceitaria a decisão?Sorte a minha que já tenho uma assinatura e, na pior das hipóteses, lerei o mesmo jornal na rede, pois pagar a mais, hoje em dia, é bem improvável. E você, pagaria para ler notícias na internet?

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